Greve dos professores tem início na região Apeoesp está organizando uma ação em protesto contra a reforma da Previdência e os professores podem cruzar os braços a partir de amanhã

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) está organizando um ato em protesto contra a reforma da Previdência e mais de 180 escolas poderão ficar sem aula no Alto Tietê. Amanhã, às 17 horas, duas manifestações podem ocorrer na região e reunir a categoria, juntamente com outras classes trabalhistas para passeatas em Mogi das Cruzes e no município suzanense.
A paralisação teve início ontem, mas as aulas não foram prejudicadas, já que o ato não teve 100% de adesão da categoria. 
No entanto, para amanhã, é esperada uma adesão maior. 
Na próxima sexta-feira, o ato deve mobilizar maior parte dos professores de todo o Estado, incluindo o Alto Tietê. 
A classe participará de uma assembleia, às 14 horas, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista
Após o evento, a categoria vai decidir se mantém a greve, ou se retornam às salas de aulas na próxima segunda-feira.
A coordenadora da subsede da Apeoesp de Suzano, Ana Lúcia Ferreira, que também é diretora estadual do sindicato, espera que todas as categorias trabalhistas marquem presença no ato de amanhã
"Quero chamar o povo para participar do ato. Ou a gente derrota a reforma da Previdência ou vamos morrer sem aposentar".
Ana ainda lembrou da dificuldade que os jovens terão no futuro: "Para se aposentar com 65 anos, que é a idade mínima, trabalhando ininterruptamente por 49 anos, tem que começar a trabalhar com 16, num país que está com 20 milhões de desempregados, um absurdo", pontuou.
"Que não sejamos nós a pagar pela crise, porque a Previdência não está falida. 
Se pegar a lista de devedores da Previdência, nota-se que são os grandes empresários que estão em dívida, não é o trabalhador comum que tem o desconto em folha de pagamento", disse, afirmando que o ato dos professores também vai reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas o reajuste salarial e a redução de alunos em sala de aula. 
"Estamos há quatro anos sem aumento de salário".
O conselheiro estadual da Apeoesp, Jefferson Cipriano Rosa, explicou que o plebiscito realizado ontem, no centro de Suzano, será encaminhado para Brasília. 
"Todas as escolas de São Paulo estão em greve a partir de hoje e estamos iniciando esse processo de construção, conversando com os professores e toda a comunidade", explicou, lembrando que, até ontem, a adesão a greve não foi de 100% da categoria.
 "Essa greve é por tempo indeterminado e dia 31 teremos uma assembleia para definir se continuamos ou se retornamos para a sala de aula na segunda-feira".
A Apeoesp de Mogi das Cruzes, que também responde pelos municípios de Biritiba Mirim, Salesópolis e Guararema, também farão um ato e, protesto contra a reforma da Previdência, amanhã, segundo informou a coordenadora da subsede, Vânia Pereira da Silva. 
"Vamos levar essa proposta para os outros sindicatos, de outras categorias para que todos estejam presentes no ato que faremos, às 17 horas, no centro de Mogi", disse, afirmando que o local da concentração ainda será definido e divulgado.
A Secretaria de Estado da Educação informou que nenhuma escola ficou sem aula na região. A pasta ainda destacou que, se os alunos perderem conteúdo por conta da ausência dos professores, as aulas serão repostas e os docentes e as faltas não justificadas serão descontadas.

População apoia os protestos nas ruas

Na manhã de ontem, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) de Suzano fez um ato na Praça Dos Expedicionários e distribuiu um material informativo sobre as mudanças da Previdência para chamar a atenção da população e convidá-los para a passeata que será realizada amanhã, às 17 horas, na Praça dos Expedicionários, em Suzano.
Na ocasião, muitas pessoas que apoiam o movimento pararam para votar o plebiscito contra ou a favor da PEC 287/16, que prevê a reforma previdenciária.
A coordenadora da Apeesp, Ana Lúcia Ferreira, contou que a categoria também recebe o apoio dos pais e dos estudantes. "Eles aceitam muito bem, tanto os pais quanto os alunos. Eles apoiam a classe".
As pessoas que eram abordadas na praça também mostraram apoio ao movimento, principalmente os jovens, que já temem a possibilidade de aprovação da reforma. "Vai ficar muito difícil aposentar se essa PEC for aprovada
Eu comecei a trabalhar com 16 anos, mas fiquei alguns períodos desempregado também", contou o estudante Walisson Santos, de 22 anos. "Eu acho que todos devem parar para fortalecer o movimento".
O eletricista Rafael Teixeira, 27, também se mostrou contrário a reforma da previdência e favorável ao protesto que deve reunir os manifestantes amanhã, às 17 horas. "Essa PEC é um abuso
Está mexendo com o bolso do trabalhador. É muito ruim para quem está perto de se aposentar e para nós que somos jovens", avaliou.
A professora Katerine Tanimura, 26, também apoiou a iniciativa da Apeoesp. "Sou a favor da luta pelos direitos e totalmente contra a reforma, porque também me prejudica".
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Foto: Erick Paiatto

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