Exportação de carne brasileira desaba -

Exportações de carnes pelo Brasil em 2016 (Foto: Arte/G1)
Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) apontam para uma queda brusca nas exportações de carne brasileira desde a deflagração da Operação Carne Fraca. De acordo com a pasta, o Brasil exportou US$ 74 mil do produto na terça-feira (21). Antes da operação da Polícia Federal, o valor médio das exportações em março, por dia útil, foi bem maior: US$ 60 milhões.
Na segunda (20), o valor das exportações de carne foi de US$ 60,5 milhões. Na sexta (17), dia em que a operação da PF foi deflagrada, foi de US$ 53,9 milhões. De acordo com o ministério, ao longo do mês de março, antes da operação, o valor diário das exportações variou de US$ 39 milhões a US$ 90 milhões.
Também nesta quarta-feira (22), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, admitiu que já há sinais de prejuízo no mercado de carnes por causa da Operação Carne Fraca.
Segundo ele, alguns frigoríficos brasileiros já deixaram de comprar bovinos de produtores devido a incertezas sobre a possibilidade de venda para o mercado externo.
"Eu conversei ontem bastante com produtores e têm sinais sim [de prejuízo]. Os frigoríficos, com a incerteza com relação à China e União Europeia, pararam de comprar bovinos", disse o ministro da Agricultura.

Países que anunciaram restrições

Desde que foi anunciada a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, alguns países anunciaram restrições à compra da carne brasileira.
Nesta quarta-feira (22), a África do Sul comunicou que suspendeu a importação de carne brasileira de empresas envolvidas na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Antes, pelo menos outros seis países haviam anunciado restrições à carne brasileira: México, Japão, Chile, Suíça, China e Hong Kong - os dois últimos são os principais compradores de carnes do Brasil.
A União Europeia também anunciou sanções. A Coreia do Sul chegou a anunciar a suspensão de importação de frango, na segunda, mas voltou atrás nesta terça.
Em comunicado divulgado nesta terça-feira (21), o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar (Senasa) da Argentina informou que vai aumentar ainda mais os controles de todos as carnes vindas do Brasil.
No comunicado a Argentina classifica de prudente a decisão brasileira de suspender as exportações dos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca e diz que está acompanhando atentamente os resultados das investigações.

A operação

Deflagrada pela Polícia Federal na semana passada, a Operação Carne Fraca investiga corrupção de fiscais do Ministério da Agricultura, suspeitos de receberem propina para liberar licenças de frigoríficos. Segundo a PF, partidos como o PP e o PMDB também teriam recebido propina.
Além de corrupção, a PF também apura a venda, pelos frigoríficos, de carne vencida ou estragada, dentro do Brasil e no exterior.
As investigações envolvem empresas como a JBS, que é dona de marcas como Friboi, Seara e Swift, e a BRF, dona da Sadia e Perdigão, além de frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.
Na segunda, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já havia anunciado a suspensão das exportações dos 21 frigoríficos investigados pela PF. Três deles fora interditados e pararam a produção. Os outros 18 podem continuar a vender dentro do Brasil.
O Ministério da Agricultura também afastou preventivamente os 33 servidores da pasta que são investigados na Operação Carne Fraca. Segundo o ministério, esses servidores vão responder a processo administrativo disciplinar.

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